O DIÁRIO SECRETO

      Meu avô sempre foi um homem muito reservado, sua rotina era viagens, passava a maior parte do ano rodando o mundo mar a fora, velho marinheiro. Sempre foi muito determinado, passou sua vida toda procurando por algo que ninguém nunca soube oque era, ele me ensinou tudo oque eu sei sobre o mar, o mais belo e perigoso da natureza, um titã repleto de maravilhas escondidas em suas profundezas. Anos após o seu falecimento o seu falecimento quando estava olhando algumas das coisas que ele deixou no porão de casa, encontrei algumas relíquias que ele sempre guardou com muito carinho, e em meio uma delas encontrei um diário que estava fechado com cadeado, e levei-o até um chaveiro para saber se conseguiria abri-lo pois não havia encontrado sua chave, minha avó me contou que ele nunca a deixava ler oque estava escrito no diário, ela até chegou a pensar que ele estivesse traindo-a com outra mulher e por isso escondia os segredos dessa relação extraconjugal no tal diário secreto. Finalmente consegui abri-lo, e lendo alguma de suas páginas percebi que haviam muitas coisas aleatórias e outras mesmo confusas, ele falava sobre uma tal " cidade perdida " parece coisa de louco, mas pelo que conheço meu avô sempre foi um homem muito lúcido, e tinha um conhecimento de nível extraordinário. O diário parece ter sido feito no ano de 1815 e foi adquirido por meu bisavô em 1917, anos depois foi dado como presente para meu avô em seu aniversário de 12 anos. Suas capas eram feitas em tecido da época, e no verso estava assinado por meu avô ainda em letras garrafais.

       Passei vários dias tentando entender oque tanto ele queria dizer com todos aqueles enigmas, mas mesmo com muito esforço eu tinha muitas dificuldades, já que não conhecia muito de coordenadas e o diário estava repleto delas. Foi então que eu decidi fazer faculdade de especialização na área de historiador, foi onde passei a conhecer de forma mais aprofundada sobre o assunto, após minha formação finalmente eu consegui decifrar alguma das informações contidas no diário, e comprei um barco e nomeei-o com o nome de meu avô em homenagem ao velho lobo do mar.

      Mapeei todo o percurso com as coordenadas que ali continham e segui viagem para descobrir oque tanto meu avô procurava e que infelizmente não conseguiu encontrar, foram alguns  dias de viagem no qual eu encontrei alguns problemas no caminho em meio as tempestades, ondas gigantes que se formavam com bastante frequência, foi quando finalmente eu entrei nos mares que banhavam o caribe,e me dei conta de que estava indo sentido ao triângulo das bermudas, no primeiro instante pensei em desistir pois conhecia muitas histórias sobre navios e aviões junto a seus tripulantes que tiveram seus paradeiros desconhecidos, ou melhor estavam desaparecidos a anos, mas então me lembrei do quanto meu avô gostaria de ter concluído aquilo que ele mais tentou durante toda a sua vida, mais infelizmente morreu tentando desvendar, para ser sincero ele desapareceu mas como tanto tempo se passou hoje já não há mais esperanças de encontra-lo com vida, sua última viagem foi justamente para as ilhas do caribe, talvez mera coincidência.

      Eu precisava descobrir oque realmente aconteceu, oque ele viu e se realmente todo o trabalho que ele teve tinha algo por trás ou apenas mais uma história fictícia contada por um velho marinheiro sem méritos.
      Segui em frente e pude ver bem a frente uma grande tempestade, mais parecida com um tornado no meio do oceano, haviam muitos raios como se fosse um show de luzes ao vivo e a cores, as ondas naquela região eram de extremo potencial a ponto de fazer com que o barco balança-se a todo instante, ao entrar no meio daquele tornado dei de frente com uma onda gigantesca que fez com o barco naufraga-se, vi e ouvi dezenas de raios e trovões se misturar ao barulho da água antes que eu pudesse cair ao mar, junto com os pedaços de meu barco que foram lançados em grandes alturas com o impacto da onda, essas foram as últimas memórias que tive antes de bater com a cabeça em um pedaço de madeira que se quebrou do barco.

     Momentos depois me lembro de ter acordado em uma ilha jogado na areia, com as pequenas ondas que morriam no solo onde estava, me levantei e olhei ao redor e percebi que não havia sinal de vida por ali, mas haviam estilhaços de navios e aviões espalhados já em decomposição e enferrujados nos arredores do local, sai caminhando segurando minha bussola e o diário que estava em meu bolso protegido dentro de uma sacola plástica, segundo as informações contidas no diário, ao atravessar o portal nenhuma bussola funcionaria como se estivesse em qualquer outro ponto da terra, neste caso, norte seria sul, leste seria oeste, segui em direção ao sul e foi quando então encontrei uma velha casa feita dentro do tronco de uma árvore, olhei de longe para ver se havia alguém por ali, mas não encontrei ninguém, entrei e encontrei algumas coordenadas feitas com as regras locais, essa respeitando a inversão das ordens. Passei a segui-las ilha a dentro até que encontrei uma cascata rodeada de animais que aparentemente estavam extintos em outra realidade, infelizmente eu não poderia fotografar pois meu celular não conseguiu resistir ao naufrágio sofrido anteriormente, em meio a cascata havia uma entrada em meio as rochas semelhante a uma caverna nela eu encontrei diversos tipos de pedras valiosas que estavam presas em suas paredes, inclusive uma bolsa que estava cheia delas que pelo visto estava ali a muito tempo já, já que estava bem surrada e desbotada. Mas a frente encontrei uma pequena fenda onde ao passar eu vi uma cidade parecia ter sido construída a muito tempo atrás, o local cientificamente assemelhava-se ao centro da terra, eu finalmente havia encontrado a tão sonhada " Cidade Perdida ", e bem a frente visualizei em uma árvore haviam alguns pertences de outras pessoas que já estiveram por lá, ao me aproximar e reparar com mais atenção cada um deles, pude encontrar um relógio de pulso  antigo bem parecido ao que meu avô usava antigamente ao abri-lo encontrei até mesmo uma foto que estava dentro, e justamente era a primeira foto que eu e ele tiramos juntos ainda era preta e branca, quanto tempo, que saudade(...).
      Foi então que abri o diário e ao ler um pouco mais suas última paginas, notei que havia um aviso no qual dizia: " Aquele que visitar a cidade perdida deverá ir embora no mesmo dia antes da meia noite, ou será submerso junto a ela e todos os seus segredos também seriam guardados pelo seu guardião eterno, O Mar ".

      Eu só tinha mais ou menos doze horas para sair dali, peguei alguns bambus e passei a construir uma jangada, tracei um mapa e entrei no mar em direção ao que dizia o diário, enfrentei fortes ventos que sopravam para onde eu precisava ir e me ajudou para que pudesse chegar mais rápido ao meu destino, tive ajuda para que pudesse ir mais rápido graças a minha camisa que eu rasguei e usei como vela para minha jangada improvisada. Peguei no sono durante a viagem e quando acordei já estava no mar do Caribe, o sol estava ardente, e no horizonte pude ver um navio que vinha se aproximando rapidamente apesar do sol que dificultava a visão logo percebi que era a guarda costeira, fui resgatado e no caminho lhes contei sobre minha experiência após ser questionado como fui parar ali, quando contei ninguém acreditou que aquilo seria verdade, nada mais justo.
     Afinal, eu já sabia que não acreditariam, era mais do que normal já que eu era o primeiro e único sobrevivente que chegou até a Cidade Perdida e voltou, mas com a venda das pedras valiosas, juntei o dinheiro e investi em um centro de estudos especializado no Triângulo das Bermudas, e também decidi escrever um livro para que pudesse expor toda a minha viagem até o local, e que todos sentissem a mesma emoção que eu pude sentir ao descobrir o segredo contido, no DIÁRIO SECRETO.

FIM.

                                                                                                                                   anonymous.👤